sexta-feira, 20 de março de 2009

É ruim, mas poderia ser pior

Atire um jiló quem nunca sentiu inveja. Assim como dizem sobre o impopular legume - confesso que nunca comi -, esse é um sentimento muito amargo. Porém, ao contrário daquele troço verde, a inveja já foi sim provada por, possivelmente, todos os mortais.

Você, mulher, pode ser até uma pessoa super do bem, mas duvido que não tenha um minutinho que seja de inveja, por exemplo, da Angelina Jolie. Pode ser da boca dela, do corpaço dela, da conta bancária dela, da carreia bem sucedida dela. Ou, é claro, do MARIDO dela!

E você, rapaz que me lê, muito provavelmente, poderia invejar o Brad Pitt pelos mesmos atributos. Ele é lindo, tem fama, dinheiro e a Angelina.

Mas então, você está aí na sua vida e sempre falta alguma coisa. Sem-pre! Se não estiver faltando mesmo, a gente procura. E, muitas vezes, a gente vê em outra pessoa aquilo que não tem. Até a Angelina, de vez em quando, fica carente de mais um filho, por exemplo. E vai lá em algum país subdesenvolvido e pronto. Problema resolvido.

Só que você, pessoa comum, pode sentir falta de coisas, digamos, mais simples. Ou melhor, sem eufemismos, ok? Não estou aqui falando só de ausência, o papo é mesmo sobre inveja. Você pode me falar sobre a invejinha boa ou inveja (que horror!) branca. Estes são os nomes que se usa para que o seu sentimento pareça mais bonzinho. Afinal, você é do bem. Temos mesmo o hábito de amenizar as coisas quando se trata do nosso umbiguinho lindo. Por outro lado se é o vizinho que te trucida com os olhos quando você chega em casa de carro novo, então ele é um maldito invejoso e que queime no inferno.

Ok, sejamos legais conosco e vamos usar “invejinha” para falar de pessoas boas como a gente.
Aí, minha amiga – não eu, claro – ela, a minha amiga anda meio carente. Tem um tempo que não namora, que não recebe um chamego bem feito e nem mesmo uma declaração de amor dessas super hiper mega bregas, mas que a gente adora. Ops, a gente não. Ela, ela!

Então, era uma daquelas cenas bem normais e morninhas do dia a dia, até que ela viu o casal. Do outro lado da rua e abraçados eles pareciam felizes. Ela meio baixinha e gordinha. Ele, mais alto um pouco, com um cabelo (péssimo) com luzes*, mas enfim o foco estava naquela felicidade escancarada. Foi aí que minha amiga sentiu a invejinha.

Não formavam um casal exatamente bonito, mas pareciam apaixonados. Olhavam-se com carinho, abraçavam-se o tempo todo e se beijavam. Muito e ali no meio da rua. Disso, minha amiga nem teve tanta invejinha assim. Ela acha que tem coisas que pegam meio mal e teve certeza disso, quando o moço, provalmente esquecendo o significado do termo “lugares públicos”, colocou, ou melhor, enfiou a mão na retaguarda da namorada.

Já torcendo o nariz e achando a cena, antes bucólica, agora bem de mau gosto, minha amiga começava a mandar para bem longe a invejinha que sentiu cinco minutos antes. Foi quando aconteceu o inesperado! Ela jura que chegou até a pensar em procurar um padre para se confessar pela inveja e garante que nunca, jamais, nem mesmo se visse o casal “Brangelina” em situação semelhante, quer voltar a sentir aquilo novamente.

Explico. Ou melhor, minha amiga me explicou e eu conto aqui. Depois da mão naquilo, o moço, cheirou a própria axila esquerda e pareceu perguntar: “amor, eu estou fedendo?” e ofereceu seu suvaco (palavra horrorosa, eu sei) para mocinha, que sorria enquanto inalava os odores do seu amado. Depois disso, minha amiga não se lembra mais de nada. Acho que desmaiou.

Moral da história: a inveja, como diriam os filósofos, é uma merda. Se precisa de amargor na sua vida, escolha o jiló.

*Meninos, NUNCA façam um negócio desses. Evitem até a morte tingir, mas nem sob tortura façam luzes! A gente até que gosta de grisalhos, pô! Mas achamos ridículo homem de cabelo tingido.

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