quarta-feira, 1 de abril de 2009

Pequenos Dramas, ou Porquê eu Faço Terapia

Um amor de mãe
Passando rapidamente pela sala, ouço a tia.
_ A Dani está tão bonita... Estava reparando outro dia.
_ Quem? - pergunta minha mãe.
_ A Dani.
Silêncio.
_ Hum, mas qual Dani?
_ Ué! A Dani!
_ A “minha”?!?!
Silêncio!!
_ Claro!
_ Ah.
_ É MÃE! EEEUUU, SUA FILHA, PELAMORDEDEUS! disse "delicadamente", enquanto me retirava pensando em suicídio.

***

O Karma
Tinha 12 anos. Gostava do Rogério S. e quase “morri” quando ele ligou convidando para ver Rambo III no fim de semana.
_ Xi, minha mãe não vai deixar.
_ Então tá. A gente se vê na escola.
Na tão esperada hora do recreio daquela segunda feira, escondi minha Ana Maria de chocolate quando o vi se aproximando com a Tereza M. que sorria.
_ Dani, se você não ficar chateada, eu quero namorar com a Tereza.
_ E-e-e-e-e-uuu chateada? Imagina, né? Por que ficaria?
Eles se afastaram e eu pensei:
_ Idiota! Azar o dela que teve que assistir Rambo III.
E comi meu bolinho. So-zi-nha! :)

***

Tantas primaveras
No metrô ria tanto que uma senhora fez menção de levantar e me oferecer seu banco cinza. Deve ter pensado que eu passava mal.
Passava, é verdade. De tanto rir. O que é bom.
Lá pelo quarto ou quinto capítulo de “Tia Julia e o escrevinhador” a vontade que dá é cancelar a agenda e devorar as páginas divertidíssimas de Mario Vargas Llosa.
_ É. Tratamento de canal. Urgente... auhauhau – eu diria na firma.
_ E ri tanto desse jeito quando está com dor?
_ hauHAUhau É de nervoso. De nervoso... Huhuhuamhampft...
Desisto de mentir e curto a ansiedade de reencontrar aqueles personagens malucos no rush, logo mais à noitinha.
Mas de repente, meu humor não é mais o mesmo!
O tal do escrevinhador estava afim da tal da tia. Ela, porém, além de preocupada com o parentesco (por afinidade, é bom que se diga), achava também que não tinha mais idade para se envolver com um “menino”.
Lá pelas tantas, ela diz:
“_ E o que sou eu, então, que tenho 32 (...) ? - Uma velha decrépita!”
Humpft, pensei eu, louca por um dicionário. Não sei o que é decrépita, mas não soa nada bem.

Antes de encerrar, só gostaria de registrar: Mãe, você é legal.
Ela é legal, gente. Juro

Nenhum comentário: