sábado, 1 de novembro de 2008

O que eu também não entendo

Filósofos e padres e místicos.
Também poetas e músicos e pintores.
E, é claro, minha mãe e meu pai e minha vó.
E os médicos e psicólogos e terapeutas.
E, veja só: Jesus e Nª Senhora e Maria Madalena.
Até os cães e gatos e golfinhos, por que não?
Todos tentam. Você, eles e euzinha, incluídos.

Para alguns é da natureza das gentes e dos bichos. Outros reduzem: é hormonal. Tem quem diga: Vai passar e até acabar. Pessoas garantem: O das mães é incondicional. Outros dizem: Ele morreu por ter um “disso” enorme por nós. Tem até quem cante que “nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito” são maiores ou mais bonitos do que esse “negócio”.

O curioso é que sempre julguei saber explicar esse “troço”. Começa com um comichão e, de repente, te toma de um jeito que não tem mais jeito. Mas, assumo: Não devo saber nada sobre o “assunto”. Posso até falar sobre “isso” por aí (e por aqui). Ilusão minha: não entendo “disso” não.

Engraçado. Até outro dia, jamais me dera conta da minha ignorância. Ao contrário. Achava que podia me dizer quase especialista. Aí, aconteceu! Eu ouvi, mas foi sem querer.

Ele cultivava um “desses” por ela. Era nítido. Ria mais e cantava mais e tocava mais. Até cuidava mais dele mesmo e da casa. Ela também. Parecia feliz. E parecia retribuir o que ele dava a ela. Mas alguma coisa deu errado. Ele gritou e chorou. Ela também. Ele disse palavras horríveis: “você é uma filha da puta que apareceu na minha vida”. E mais: “é uma vagabunda, sua mãe mesmo me disse”. Sim, a mãe, aquela do incondicional. E falou mais. E gritou mais e chorou muito.

Aí, eu pensei: acabou. Nada. Horas depois, estavam juntos de novo. E rindo de novo. E tudo de novo. Ué, mas o “aquilo” que se sente pelos outros, não pressupõe um anterior por nós mesmos? Pelo menos, não é que dizem por aí? Vai ver que não. Ou não neste caso. Tanto um como outro, machucaram-se. E se ofenderam. E pisaram e cuspiram no que um dia foi bonito.

Eu já deixei me magoarem. Já aceitei não ter nada em troca. Já me permiti sentir sozinha. Mas uma coisa eu digo: Nunca, em tempo algum, nem em mil anos, nem se Jesus Cristinho em pessoa pedisse, nem se eu nascesse de novo, eu voltaria para o filho da puta que me chamou de vagabunda. E mais: Nunca, em tempo algum, nem em mil anos, nem se Jesus Cristinho em pessoa pedisse, nem se eu nascesse de novo, tudo de novo, eu aceitaria de volta alguém que me fizesse falar coisas tão horríveis.

Vai ver a culpa é “dele”, o sentimento. Deve mesmo ser verdade: A alguns, ele emburrece.

Que puxa!

2 comentários:

Renata Marques disse...

Concordo plenamente com vc.
Mas convenhamos, não estamos lá falando de gente muuuito certa das idéias, né? rs

Ótimo texto, como sempre.

Bjos.

Anônimo disse...

Amar emburrece.. talvez por isso é que ninguém aprende, e seeempre se apaixona de novo.